Quanto você deve ganhar como Empresário?

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Determinar como e quanto se remunerar como proprietário de uma pequena empresa pode ser um verdadeiro desafio. Por um lado, é essencial investir o suficiente no crescimento do seu negócio; por outro, é crucial manter um padrão de vida que atenda às suas necessidades pessoais. Encontrar o equilíbrio entre reinvestir no seu empreendimento e se remunerar adequadamente é vital. Neste texto, exploraremos algumas dicas importantes para ajudá-lo a tomar essa decisão de forma consciente e estratégica.

Quando Começar a Se Pagar

O primeiro passo para se remunerar como proprietário é garantir que seu negócio esteja gerando lucro suficiente para sustentar essa prática. Nos estágios iniciais, é comum que a prioridade seja reinvestir no crescimento da empresa. No entanto, assim que houver uma margem de lucro consistente, você pode começar a se pagar. Inicialmente, o valor pode ser modesto, mas à medida que o negócio se estabiliza, sua remuneração também pode aumentar.

Formas de Pagamento: Pró-Labore ou Retirada de Lucros?

Pró-Labore

  • O que é: O pró-labore é uma remuneração paga aos sócios que trabalham ativamente na empresa, similar a um salário. Ele é obrigatório e deve ser registrado na folha de pagamento.
  • Impostos: Incidem sobre o pró-labore impostos como o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) e a contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
  • Valor: Não existe um valor mínimo obrigatório além do salário mínimo, mas deve ser definido com base no mercado e nas funções desempenhadas.
  • Pagamento: O pró-labore é pago mensalmente e serve como compensação pelo trabalho realizado pelos sócios na gestão da empresa.

Distribuição de Lucros

  • O que é: A distribuição de lucros, também conhecida como dividendos, é o repasse dos lucros gerados pela empresa entre os sócios. Pode ser feita de forma proporcional ou desproporcional à participação de cada um no capital social, conforme acordado no contrato social.
  • Periodicidade: Pode ser realizada em diferentes períodos, como mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual, conforme decidido pelos sócios.
  • Impostos: A distribuição de lucros é isenta de impostos como IRPF e INSS, desde que a empresa esteja em conformidade com suas obrigações fiscais e tenha lucros apurados.
  • Condições: A distribuição de lucros não é obrigatória e só ocorre se a empresa tiver lucro. Além disso, se a empresa tiver débitos com impostos, não poderá distribuir lucros.

Diferenças Principais

  • Vínculo com a Empresa: O pró-labore é pago aos sócios que trabalham na empresa, enquanto a distribuição de lucros pode ser feita a todos os sócios, independentemente de atuarem ou não na gestão.
  • Obrigatoriedade: O pró-labore é obrigatório e deve ser registrado na folha de pagamento, enquanto a distribuição de lucros é opcional e depende dos resultados financeiros da empresa.
  • Incidência de Impostos: O pró-labore sofre incidência de impostos e contribuições, ao contrário da distribuição de lucros, que é isenta de tributação para os sócios.

Fatores a Considerar ao Definir Seu Salário

Ao decidir quanto pagar a si mesmo, é importante levar em consideração diversos fatores que influenciam tanto a saúde financeira da sua empresa quanto suas necessidades pessoais.

  1. Estágio do Seu Negócio

    • Nos estágios iniciais, pode ser necessário reinvestir a maior parte dos lucros no crescimento do negócio. À medida que o negócio amadurece, você poderá começar a se pagar de forma mais consistente. Avalie o momento atual do seu negócio e ajuste suas expectativas de remuneração de acordo com isso.
  2. Pesquisa de Mercado

    • Pesquisar os padrões salariais no seu setor pode oferecer uma referência útil para definir sua própria remuneração. Verifique quanto outros empreendedores com experiência e habilidades semelhantes estão ganhando e use essas informações como base.
  3. Metas de Desempenho

    • Vincular seu salário ao desempenho do negócio pode ser uma estratégia interessante. Defina metas claras de receita ou lucro e estipule um salário que esteja condicionado ao atingimento dessas metas. Isso pode ajudar a alinhar seu incentivo pessoal ao sucesso da empresa.
  4. Percentual da Receita

    • Outra abordagem é definir sua remuneração como uma porcentagem da receita mensal da empresa. Essa estratégia é especialmente útil para negócios com receitas irregulares, pois permite que seu salário varie de acordo com o desempenho do negócio em cada mês.
  5. Necessidades Financeiras Pessoais

    • Ao definir quanto pagar a si mesmo, é fundamental considerar suas necessidades financeiras pessoais. Leve em conta suas despesas mensais, metas de poupança e outras obrigações financeiras. Isso ajudará a estabelecer um valor mínimo que você precisa para cobrir suas despesas e manter seu padrão de vida.

Pagar a si mesmo como proprietário de uma pequena empresa é uma decisão complexa que exige uma análise cuidadosa de vários fatores. Ao equilibrar suas necessidades pessoais com a saúde financeira da sua empresa, você pode encontrar uma estratégia de remuneração que apoie tanto seu bem-estar quanto o crescimento sustentável do seu negócio.

Gutierrez Menezes
Gutierrez MenezesAutor
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Advogado; especialista em advocacia empresarial com foco em propriedade industrial e atuação voltada para proteção de marcas.

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